Corpo de suposta travesti que foi mortas à tijoladas é identificado como um homem no IML de Cabo Frio


Uma reviravolta mudou o ritmo das investigações do assassinato envolvendo uma travesti no bairro Monte Alegre III, em Cabo Frio. O crime brutal aconteceu no último domingo (30/01), e tomou uma proporção nacional.

A novidade é que o corpo encontrado com diversas marcas feitas por tijoladas não se trata de uma travesti. A informação foi dada por integrantes de movimentos LGBTI e do Centro de Cidadania LGBTI da Baixada Litorânea I e II, que estiveram no IML de Cabo Frio, buscando informações. Um exame de papiloscopia – que identifica o corpo por meio de digitais nas mãos e pés – feito na unidade concluiu que se trata de um homem identificado como Valcilan Braga Correia.

A informação de que a morte seria de uma travesti partiu de uma pessoa que esteve no local e de levantamentos com moradores do local. De acordo com o relato, os vizinhos ouviram uma voz afeminada gritando “pelo amor de Deus, me bate, mas não me mata” por volta de 10h do dia do crime. Depois disso, o corpo foi encontrado de bruços, vestindo uma blusa rosa e uma calça cinza. A posição da vítima não possibilitava uma identificação precisa.

Muitos chegaram a suspeitar que uma pessoa conhecida na localidade como Pamela, a “Peppa”, seria a vítima. Essa informação se espalhou e por isso, surgiu a informação de se tratar de uma travesti.



Como o bairro é conhecido por ser um local perigoso e de ‘desova’, muitas informações são ocultadas por medo de represálias, o que também dificultou as investigações.

Além das tijoladas, a vítima ainda foi alvejada por dois tiros disparados por arma de fogo. Ainda não há informações se eles foram efetuados no local da morte, visto que moradores escutaram os pedidos de socorro, conforme o relato de uma pessoa do entorno, que entrou em contato com a reportagem do RC24h para que fosse feito o contato com a Polícia Militar.

Três famílias chegaram a ir ao IML para reconhecer o corpo, mas ele só foi identificado depois da presença de representantes dos movimentos LGBTI.

O Centro de Cidadania LGBTI da Baixada Litorânea I e II emitiu uma nota técnica sobre o caso: 
“O Centro de Cidadania LGBTI da Baixada Litorânea I e II, na pessoa do seu Coordenador Theo Silveira, vem esclarecer sobre o suposto crime de LGBTIfobia, no dia 30/01/2022, ocorrido na comunidade Monte Alegre III, em Cabo Frio."

Durante o reconhecimento foi possível constatar pela equipe, que não existia nenhum indício para corroborar a suspeita da identidade trans feminina da vítima, conforme exposto pela mídia anteriormente, não sendo possível confirmação da orientação sexual.

A equipe de legista do IML, por meio dos exames efetuados, fez o reconhecimento da vítima e dessa forma, deu andamento à  investigação e à procura dos familiares.

Portanto, devido ausência de confirmação de orientação sexual e ausência de identidade trans, o Centro de Cidadania LGBTI supõe não existir o crime de LGBTIfobia, deste modo, encerrando o acompanhamento do caso.

O Movimento de Mulheres Olga Benario e o Movimento de Mulheres da Região dos Lagos estavam organizando o ato “contra o transfeminicídio e pela vida de todas as mulheres” para acontecer nesta sexta-feira (04/02), a partir das 18h, na Praça Porto Rocha.


Fonte: rc24h.com.br. 

Editora de Texto: ELIANE TIA BARBIE. 
Reportagem: WALYSON VASCONCELLOS.

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